Para lembrar e ser lembrados,para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos — Por isso temos braços longos para os adeuses,mãos para colher o que foi dado,dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer,uma estrela a se apagar na treva,um caminho entre dois túmulos — por isso precisamos velar,falar baixo, pisar leve, ver a noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço,um verso, talvez de amor,uma prece por quem se vai — Mas que essa hora não esqueça e por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre,para a participação da poesia,para ver a face da morte — De repente nunca mais esperaremos... Hoje a noite é jovem; da morte, apenas nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes____
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Para isso fomos feitos ...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário